O que Taylor Swift tem para nos contar
- Adriana Borowski

- 24 de nov. de 2023
- 3 min de leitura
Aproveitando que Taylor Swift passou pelo Brasil, vamos falar de transtornos alimentares?
Taylor Swift teve anorexia nervosa, e somente aos 30 anos e já recuperada ela conseguiu falar sobre o que passou. Esse é mais um exemplo do quanto os transtornos alimentares são vividos secretamente...
Ela começou a ter problemas com a imagem ainda na adolescência.
Com uma personalidade rígida e extremamente metódica, Taylor também buscava o que a imensa maioria das mulheres procura, a perfeição do próprio corpo e relata “A primeira vez que estampei a capa de uma revista foi aos 18 anos. A manchete era uma pergunta: ‘grávida aos 18?’, porque eu havia comido algo que fez minha barriga não parecer chapada o suficiente”, relembrou ela, que internalizou o evento como uma forma de punição.
Por outro lado, os elogios eram sentidos como recompensas pela determinação em manter-se cada vez mais magra, a ponto de caber nas amostras de roupas, que normalmente como uma peça piloto é muito pequena: “Eu ia para sessões de fotos e me diziam o quão incrível era eu caber nos modelos, porque geralmente era preciso fazer ajustes nos vestidos. Você faz tanto isso que começa a ver tudo como punição ou recompensa. Eu usava a mesma psicologia que aplicava em tudo na minha vida na relação com a comida: se eu recebia um elogio, era algo bom, se me puniam com comentários, algo estava errado“ e direcionava a punição recebida para a restrição de comida.
Em determinada ocasião ao sair de sua casa, estavam a sua espera inúmeros fotógrafos, com suas câmeras tirando centenas, talvez milhares de fotos e vídeos seus, e então a voz de Taylor é ouvida ao fundo dizendo: “não é bom para mim ver fotos minhas todos os dias”.
Embora ela diga “isso só aconteceu algumas vezes, e eu não tenho nenhum orgulho disso”, admite que houve momentos no passado em que ela viu “uma foto minha em que parecia que minha barriga era grande demais ou… alguém disse que eu parecia estar grávida … e isso me engatilhava a passar um pouco de fome – só parar de comer.
Assim como uma parcela muito grande das pessoas que tem transtorno alimentar, Taylor conta que não tinha consciência do problema e negava toda vez que traziam o assunto à tona. “Se alguém demonstrasse preocupação, eu rebatia com ‘O que você está falando? É claro que eu como, eu apenas me exercito bastante’. Eu realmente fazia muitos exercícios, mas eu não estava comendo”.
Como já é sabido, as redes sociais têm uma influência negativa muito grande nos jovens, incitando-os a se compararem com pessoas que muitas vezes nem se parecem mais com as fotos e vídeos que publicam, isso por conta dos inúmeros filtros e edições possíveis de serem feitas, e Taylor não era imune a essa influência e exigência, ao que ela comenta: “Nós vemos tanta coisa nas redes sociais que faz com que com que a gente se sinta menos do que somos, que não temos a aparência que deveríamos ter, que às vezes precisamos de um mantra para repetir mentalmente quando os pensamentos autodestrutivos e não-saudáveis surgem.”

Uma das influências em sua recuperação foi a pesquisadora e autora de muitos estudos e livros sobre o impacto da vergonha na vida das mulheres, Brené Brown, e Taylor cita uma das frases muito repetidas por Brené... ‘É ridículo dizer: “Eu não me importo com o que alguém pensa de mim”, porque isso não é possível. Mas você pode decidir quais opiniões são mais importantes e sobre as quais você dá mais peso.’ Ao que ela complementa: E acho que isso realmente faz parte do processo de crescimento, se você vai fazer isso do jeito certo. Isso faz parte da esperança de encontrar algum tipo de maturidade e equilíbrio em sua vida.“ Mas estou realmente muito feliz. Porque eu separo e escolho agora, na maior parte, o que me interessa profundamente. E acho que isso fez uma enorme diferença. “
A recuperação de um transtorno alimentar é possível, envolve muitas vezes tratamento multidisciplinar e em alguns casos o uso de medicamentos, mas o primordial nesses casos é a terapia com um especialista nesse tipo de distúrbios.
Mas posso afirmar e garantir...
“É possível viver a vida sem transtorno alimentar”



Comentários