Alerta para os pais
- Adriana Clarete
- 24 de fev.
- 3 min de leitura

A adolescência é uma fase de grandes transformações, e a relação com o corpo e a alimentação pode se tornar um grande desafio.
Os transtornos alimentares, como anorexia, bulimia e compulsão alimentar, geralmente tem seu início nessa faixa etária e podem ter graves consequências para a saúde física e mental dos jovens, podendo perdurar até a vida adulta.
É fundamental os pais estarem atentos aos sinais de alerta que podem indicar um transtorno alimentar em desenvolvimento. A detecção precoce e o tratamento adequado são essenciais para garantir a recuperação do adolescente.
Sinais de alerta
Mudanças nos hábitos alimentares: recusa em comer certas categorias de alimentos, restrição calórica excessiva, pular refeições, comer em segredo.
Preocupação excessiva com o peso e a forma corporal: comentários sobre estar "gordo(a)", medo intenso de ganhar peso, distorção da imagem corporal.
Rituais alimentares: cortar os alimentos em pedaços muito pequenos, mastigar excessivamente, comer em horários estranhos ou em locais isolados, comer muito mais rápido que outras pessoas.
Idas frequentes ao banheiro após as refeições: podem indicar vômitos autoinduzidos ou uso de laxantes.
Prática excessiva de exercícios físicos: mesmo quando o adolescente está cansado ou machucado.
Evitar situações sociais que envolvam comida: recusa em participar de festas, jantares em família ou outras atividades sociais.
Compulsão alimentar: consumo de grandes quantidades de comida em um curto período de tempo, seguido de sentimentos de culpa e vergonha.
Isolamento social: afastamento de amigos e familiares, perda de interesse em atividades que antes eram prazerosas.
Mudanças de humor: irritabilidade, ansiedade, depressão, tristeza constante.
Baixa autoestima: sentimentos de inadequação, insegurança, autocrítica excessiva.
Preocupação excessiva com o desempenho escolar ou profissional: perfeccionismo, medo de falhar.
Dificuldade em lidar com emoções: uso da comida como forma de lidar com o estresse, a tristeza ou a ansiedade.
Perda de peso significativa ou ganho de peso inexplicável.
Flutuações de peso.
Fadiga, tonturas, desmaios.
Problemas gastrointestinais.
Irregularidades menstruais ou ausência de menstruação.
Cabelo e unhas quebradiços.
Pele seca e amarelada.
O que fazer se você suspeitar de um transtorno alimentar:
Opte por um momento tranquilo, sem pressões ou interrupções.
Escolha um local privado e confortável, onde o adolescente se sinta à vontade para se abrir.
Inicie a conversa expressando seu amor e preocupação com o bem-estar do adolescente.
Evite julgamentos ou críticas, focando em comportamentos específicos que te preocupam.
Use frases como: "Percebi que você pode estar com problemas com a comida ultimamente e isso me deixa preocupado(a)."
Permita que o adolescente expresse seus sentimentos e pensamentos sem interrupções.
Demonstre compreensão e valide suas emoções, mesmo que você não concorde com tudo.
Evite minimizar a situação ou dizer que "é só uma fase".
Deixe claro que você está ao lado do adolescente e que deseja ajudá-lo a superar essa doença.
Ofereça-se para buscar a ajuda de um profissional especializado em transtornos alimentares.
Mostre que você está disposto a aprender mais sobre o assunto e a participar do tratamento.
Concentre-se na saúde e no bem-estar do adolescente, não em sua aparência física.
Evite fazer comentários sobre o peso ou a forma do corpo, pois isso pode agravar a situação.
Crie um ambiente familiar acolhedor e livre de pressões estéticas.
Busque ajuda profissional
Um profissional de saúde mental poderá avaliar a situação do adolescente e indicar o tratamento mais adequado.
O tratamento geralmente envolve terapia e em alguns casos, medicação.
É importante lembrar que o tratamento de transtornos alimentares é um processo longo e que exige paciência e persistência.
Os transtornos alimentares são doenças graves que exigem tratamento especializado, mas com apoio é possível superar e construir uma relação saudável com a comida e com o corpo.
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